Mapas da Situação do Amazonas Frente à Covid-19 em 25 de junho de 2020


O Governo do Estado tem, a cada dia, imposto mais uma barreira no acesso aos dados oficiais da COVID-19. O painel já não tem sido atualizado diariamente. Até às 10h de hoje ele trazia os dados do dia 22/06. Por isso, os mapas foram produzidos com base nas informações disponibilizadas pela FVS em forma de texto < http://www.fvs.am.gov.br/noticias_view/3991>. O site oficial de acesso à informação do Governo do Estado também não responde às solicitações com base na Lei de Acesso à Informação. Temos um pedido do dia 11 de maio que ainda não foi respondido.

Apesar das dificuldades impostas pelo governo, foi possível produzir os mapas e outras informações que demonstram uma expansão da doença em todo o estado.

Dos 62 municípios, 61 tem casos confirmados e, em todos eles, novos casos foram confirmados na última semana, entre 18 e 24 de junho.





Também foram registradas 131 novas mortes, o que corresponde a 18,7 óbitos por dia.

As piores taxas de casos confirmados entre os municípios foram em dois municípios indígenas da fronteira. São Gabriel da Cachoeira tem quase 57 casos para cada mil habitantes. Porém, são ainda mais impressionantes os números do Japurá, que tem mais de 87 casos por 1000 habitantes.






Em relação a taxa de mortes, ela é terrivelmente alta em Manacapuru, com 1,26 óbitos para cada 1000 habitantes, Tabatinga (1,09/1000), São Gabriel da Cachoeira (0,97/1000), Coari (0,93/1000), Jutaí (0,91/1000), Fonte Boa (0,90/1000) e Santo Antônio do Içá (0,88/1000).




A doença, que chegou com força em Manaus e avançou rapidamente para cidades médias como Parintins, Manacapuru, Itacoatiara, Tefé e Tabatinga, agora atinge com muita violência os pequenos municípios e comunidades rurais. Há um crescimento acelerado da doença em municípios pequenos como Fonte Boa, Alvarães, Uarini, Eirunepé, Guajará, Pauini, Itamarati, Japurá e Santa Isabel do Rio Negro. Os pequenos municípios e comunidades rurais não têm equipamentos para esse enfrentamento e o deslocamento aéreo, quando possível, também pode agravar o estado de saúde dos pacientes.

Na semana passada, perdemos um amigo que era uma liderança indígena do Alto Rio Negro. Higino Tenório participou da implantação da educação indígena diferenciado em nível básico, médio e superior. Ele era uma liderança indígena Utapinopona (Tuyuka). Após contrair a doença, passou vários dias em tratamento em São Gabriel da Cachoeira e foi removido por UTI aérea até Manaus, falecendo no final da noite do dia 18.

Dr. Maiká Schwade
Geógrafo

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