Comissão da Verdade quer Tornar Público Massacre de Indígenas Durante Regime Militar
Debate na Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça. Foto: Beto Oliveira, 09 maio de 2012. |
A denúncia foi veiculada no jornal A Crítica de Manaus no dia 8 de abril e levou a Comissão Parlamentar da Verdade à realização de audiência pública nesta quarta-feira. A presidente da comissão, deputada Luiza Erundina, do PSB de São Paulo, criticou a ausência da Funai e da Eletronorte, que foram convidadas para participar da audiência. Luiza Erundina reiterou que não se pode esquecer a história desses índios.
"Não dá porque são minoria - e são minoria exatamente pela forma como os brancos os trataram e como o Estado brasileiro historicamente tem tratado esse segmento da população brasileira - que as coisas se dão dessa forma e sequer chegam ao conhecimento da opinião pública."
O indigenista missionário Egídio Schwade informou que existem documentos do Exército descrevendo ações para assustar os indígenas com o objetivo de concluir as obras da rodovia na época. Egídio Schwade afirmou que esse período da história brasileira ainda é muito nebuloso e precisa ser esclarecido.
"Eu acho que não pode deixar adormecer um massacre desse tão perto. A gente tem hoje sobre massacres de 150 anos, se tem detalhes, pormenores muito importantes e sobre esses aí, quase nada, né?"
Egídio Schwade reclamou da falta de acesso aos indígenas. Ele explicou que as informações que chegam são passadas pela Eletronorte, que coordena o programa waimiri- atroari.
Luiza Erundina informou que vai enviar um requerimento de informação para que a Eletronorte e a Funai enviem dados sobre os índios waimiri-atroari. A comissão vai ouvir na próxima quarta-feira(16) os representantes dos camponeses que também sofreram com o regime militar.
De Brasília, Karla Alessandra [Rádio Câmara]
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