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Mostrando postagens de 2013

DOROTI ALICE MULLER SCHWADE: Recordação no seu terceiro ano de falecimento

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Queridas Amigas e Queridos Amigos, Hoje se completam três anos do falecimento de Doroti. Este é um encontro de memória e de lembranças para todos que tivemos o privilégio de conhecê-la, de sentir seu carinho, de compartilhar sonhos, lutas e esperanças. É também oportunidade para que outros conheçam um pouco de sua história e de seu exemplo de vida, dedicação e compromisso com a construção de um mundo mais fraterno. Doroti nasceu na cidade de Blumenau/SC, no dia 8 de maio de 1948. Já aos 13 anos começou a trabalhar no comércio da cidade para ajudar nas finanças da família. Aos 15 assinou a sua primeira carteira de trabalho. Fez o seu primário e científico em escola pública, ingressando em seguida na faculdade de Pedagogia. Desde pequena propôs-se dedicar a vida aos mais necessitados, pensando ir como missionária leiga para a África. Participou do movimento jovem da Igreja Católica onde foi escolhida em 1973 para integrar um grupo de jovens que representou a juventude catarinens

Nota à Comissão Nacional da Verdade

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Reunião do Comitê Pela Memória Verdade e Justiça do Amazonas Foto: Audimar Arruda, 4 de julho de 2013.   O Comitê Pela Memória Verdade e Justiça do Amazonas vem a público manifestar sua preocupação quanto ao andamento das investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) a respeito dos massacres sofridos pelo povo indígena Waimiri-Atroari que, entre os anos de 1967 e 1986, foi reduzido a aproximadamente 10% do que era no início da construção da BR-174. É preocupante que a CNV ainda desconheça o conteúdo do Relatório encaminhado em outubro de 2012 pelo Comitê da Memória Verdade e Justiça do Amazonas no qual são descritos os mecanismos encontrados por agentes da Ditadura Militar para manter encobertos estes atos de genocídio. Ainda mais preocupante é o fato da participação deste comitê ter sido negada pela representante da CNV, Maria Rita Kelh, em sua visita à Terra Indígena Waimiri-Atroari entre os dias 5 e 6 de julho de 2013. Por outro lado, os trabalhos da CNV foram aco

Carta Pública ante la Desaparición Física de el Hermano José María Korta Lasarte

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Esta semana a Aby Ayala (América do Sul) perdeu um dos principais defensores dos direitos dos povos indígenas. O Irmão Jesuíta José Maria Korta, que deixou sua terra basca em 1962 e desde então se tornou um incansável lutador pelos direitos dos povos indígenas da Venezuela. Quando em 2010 fui visitá-lo na Universidade Indígena da Venezuela (UIV), acabei surpreendido com a notícia de que ele estava em Caracas, em greve de fome pelo reconhecimento e contra a invasão dos territórios indígenas que, como nos outros Estados latino-americanos, vinham sofrendo graves pressões do agronegócio e mineração. O texto de despedida a seguir foi escrito por Jorge Arrenza, Vice-Presidente da Venezuela, e demonstra, não somente um pouco do significado desta perda, mas também a necessidade das lutas radicais, como a de Korta, para que haja uma melhor percepção dos Estados frente aos graves conflitos que ameaçam a vida de camponeses e indígenas. Korta é semente de vida plantada na terra. Aby Ayala ag

Governo Federal, Nós Voltamos!

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Povos indígenas afetados por barragens em obras ou previstas ocuparam novamente, dia 27 de maio de 2013, um dos canteiros da hidrelétrica de Belo Monte. Somos solidários aos 170 indígenas de 5 etnias que não consideram as hidrelétricas como fatalidades irreversíveis, mas como crimes contra a vida. Casa da Cultura do Urubuí, 28 de maio de 2013. Leia a carta na íntegra divulgada pelo movimento de ocupação: Foto: Cimi. Nós somos indígenas Munduruku, Xipaya, Kayapó, Arara e Tupinambá. Nós vivemos do rio e da floresta e somos contra destruírem os dois. Vocês já nos conhecem, mas agora somos mais. O seu governo disse que se nós saíssemos do canteiro, nós seríamos ouvidos. Nós saímos pacificamente – e evitamos que vocês passassem muita vergonha nos tirando à força daqui. Mesmo assim, nós não fomos atendidos. O governo não nos recebeu. Nós chamamos pelo ministro Gilberto Carvalho e ele não veio. Esperar e chamar não servem para nada. Então nós ocupamos mais uma vez o seu c

Justiça Federal Determina que União Devolva Área Excluída de Terra Indígena Waimiri-Atroari

A ação do MPF e a decisão da Juíza Federal Jaiza Pinto Fraxe reforçam as denúncias que foram feitas pelo Comitê pela Verdade Memória e Justiça do Amazonas e pela Casa da Cultura do Urubuí a respeito dos crimes cometidos contra o povo Waimiri-Atroari. A matéria abaixo é da Jornalista Elaíze Farias . ... A Justiça Federal no Amazonas determinou, em caráter liminar, que áreas tradicionais excluídas no processo de demarcação do território Waimiri-Atroari, no Amazonas, sejam devolvidas aos indígenas. Uma das áreas excluídas foi a região atualmente alagada pela Usina Hidrelétrica de Balbina, no curso do rio Uatumã, e outras áreas tradicionalmente ocupadas pelo povo indígena. A decisão de imediata realização de estudos de revisão dos limites da Terra Indígena Waimiri-Atroari atende a uma ação do Ministério Público Federal do Amazonas. A revisão deverá ser providenciada pela União e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16) pelo MPF. A pena p

PT Socialista e Luta Indígena

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O PT no poder parece que esqueceu toda a trajetória que o construiu, as pessoas e a causa que o construíram e até a história de pessoas que compõe o governo no poder.  Abril Indígena Foto: Valter Campanato, 2013. A briga com as lideranças indígenas de Belo Monte ao Tapajós, dos Guarany aos Yanomami e as mais recentes declarações da Ministra Greicy Hoffmann são exemplos incontestes. Os indígenas defendem com unhas e dentes aquilo que nós socialistas do PT, desde o início dos anos 80, e mesmo antes, defendíamos como um direito, contra a ditadura militar: o direito de possuir direitos, de trabalhar para a vida, de celebrar a vida e viver comunitariamente com liberdade sobre um pedaço de chão.  Lembro-me que ainda em 1989 durante a campanha Lula Presidente, campanha do “Brasil Criança”, acompanhei o nosso candidato a Presidência da República em uma visita à Hidrelétrica de Balbina no Amazonas para ver o absurdo de um grande projeto hidrelétrico na Amazônia. Depois, em

Fraude em Patrimônio Indígena na Amazônia

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O artigo da Jornalista Cleide Carvalho foi publicado originalmente pelo jornal “ O Globo ”, dia 11 de maio de 2013, e relata a ação civil pública encabeçada pelo MPF do Amazonas que pretende anular os títulos de terra que foram ilegalmente expedidos pelo Governador Biônico Danilo Areosa, no início da década de 1970, sobre o território indígena, mas acrescenta também informações sobre o massacre aos Waimiri-Atroari durante da Ditadura Militar. MPF contesta títulos dados pelo governo do Amazonas a empresários paulistas na Terra Waimiri Atroari Por Cleide Carvalho Originalmente Publicada em " O Globo ", dia 11 de maio de 2013. Aldeia Yawará - Waimiri-Atroari Foto: Nelmo Scherr, 1985. SÃO PAULO - Uma ação civil do Ministério Público do Amazonas que pede estudos para revisão dos limites da Terra Indígena Waimiri Atroari pode levar a União a economizar R$ 300 milhões em indenizações a um grupo de 11 empresários de São Paulo pelo alagamento provocado pelo reservató

Governo Dilma dá Asas à “Democracia” Ruralista

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Por Cleber Cesar Buzatto Secretário Executivo do Cimi Cleber Buzatto - CIMI Fonte da Imagem: amazonia.org.br É recorrente o fato de que latifundiários do Brasil, parlamentares ou não, inventam teses falaciosas, descaradamente mentirosas, as usam de forma exaustiva, de forma teatralmente apaixonada a ponto de torná-las críveis a incautos cidadãos e ou a carreiristas políticos. Foi assim por ocasião da aprovação do novo Código Florestal. Insensíveis à opinião de mais de 90% da população brasileira, fizeram valer o poder da sua “democracia”. O objetivo ruralista do momento é a inviabilização do reconhecimento e demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas no Brasil. Para tanto, a estratégia da bancada ruralista e da Confederação Nacional da Agricultura possui três vértices principais. O primeiro visa a “suspensão” de todos os procedimentos administrativos de demarcação de terras indígenas que estejam em curso. O foco da ação ruralista, nesse caso, é

Núcleo da UEA "Doroti Alice Müller Schwade" em Presidente Figueiredo

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Por Dep. José Ricardo Wendling Foi inaugurada nesta sexta-feira o Núcleo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), denominado “Doroti Alice Müller Schwade”. Uma homenagem à conhecida indigenista, pesquisadora, agroecologista, militante socioambiental e dos direitos humanos, que viveu parte de sua vida nessa cidade e morreu no dia 3 de dezembro de 2010. A homenagem é de autoria do deputado José Ricardo, por meio de sugestão da própria comunidade de Presidente Figueiredo. Em 2011, ele apresentou Projeto de Lei decretando a nomeação do prédio como "Doroti Alice Müller Schwade". A proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa, sancionada pelo governador e hoje é lei estadual. Doroti foi uma das grandes construtoras de conhecimento para a sustentabilidade da Amazônia. “Desde a adolescência, propôs a dedicar-se aos mais necessitados, tendo sido ferrenha defensora da ética na política e dos direitos human

MPF quer que Funai Revise Limites da Terra Indígena Waimiri-Atroari

O texto transcrito abaixo foi originalmente publicado pelo Ministério PúblicoFederal do Amazonas e demonstra um positivo interesse na revisão dos limites da Terra Indígena Waimiri-Atroari.  Esperamos que a revisão também leve em consideração a invasão que a terra indígena sofreu em 1979 pela Paranapanema. A invasão do território indígena pela mineradora fomentou a reformulação dos limites da terra indígena pelo último governo da ditadura, Presidente Figueiredo, que, em 1981, desmembrou toda a parte leste da terra indígena em favor da empresa. Eis o texto: Ação tem pedido de liminar para que Funai realize imediatamente estudos de revisão da terra indígena e que o processo demarcatório seja concluído em até dois anos O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) entrou com ação civil pública na Justiça Federal, com pedido de liminar, para que a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai) providenciem imediatamente a realização de estudos de revisão dos limites da Terra Ind

Biblioteca da Casa da Cultura do Urubuí

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Primeira biblioteca aberta ao público no município de Presidente Figueiredo, a biblioteca da Casa da Cultura do Urubuí – CACUÍ – está sendo reorganizada. Até o ano de 1992 a população do município não contava com nenhuma biblioteca aberta ao público. Naquele ano foi concluída a construção da CACUÍ e a família Schwade, a partir de seu acervo pessoal e de doação de amigos, começou a montar e abril ao público uma pequena biblioteca. A ideia inicial era disponibilizar material que colaborasse para o entendimento e a reflexões de temas relevantes ao município como a questão indígena, meio ambiente, agroecologia e movimentos populares na Amazônia. Porém, como os estudantes das escolas de ensino médio e fundamental do município não tinham material para suas pesquisas escolares e eram os que mais careciam e consultavam a biblioteca, optou-se por montar um acervo mais de livros didáticos. Com a política do governo federal de investimentos em bibliotecas nas escolas públicas que ac