Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2010

Audiência pública mostra entraves do INCRA

Imagem
Na semana passada participei de audiência pública que avaliou a ação do INCRA no município de Presidente Figueiredo/Amazonas. O que deveria ser iniciativa semestral dos dirigentes do órgão em mãos do Partido dos Trabalhadores, aconteceu agora no final de oito anos e ainda por convocação do vereador Miguel Leopoldo Bastos (PT). Pela primeira vez, os agricultores e agricultoras foram ouvidos em seus reclamos diários: falta de título e garantia de suas terras, o que impossibilita obterem créditos; casas que não são entregues; ramais intransitáveis; falta de apoio para venda de seus produtos; etc., etc... Uma ladainha infindável de reclamações que não se alteram desde os idos de 1980 quando cheguei a esta região dos rios Urubu e Uatumã. Inalteráveis desde a ditadura militar, passando pelos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e agora pelos 8 anos do governo Lula. Infelizmente também do governo Lula. Não porque o governo federal não tivesse enviado recursos, mas porque não conseguiu mudar

Por que os índios incomodam mineradores e latifundiários?

Diamantino/Mato Grosso 8 de janeiro de 1963. Do caminhão que me levaria dentro de uma hora para Utiariti no Noroeste de Mato Grosso, onde iria ser mestre de indígenas, desembarcava o primeiro índio que conheci naquele sertão. Era um jovem do povo Kayabi. Ele chegava da aldeia, fazendo a viagem em sentido contrário ao meu. Durante os três anos seguintes que permaneci naquela região, foi esta a rotina mais comum. Indígenas abdicando de sua identidade. E a cidade era o melhor refúgio para ocultá-la. A afirmação mais freqüente era: "não sou índio! Sou caboclo!" Não me recordo de um só que afirmasse: "estou indo para a aldeia, para maloca. Eu sou índio." O Governo, atrás da política de Rondon falava em "integração à comunidade nacional". E os antropólogos daquele momento difundiam o conceito de "aculturação" do qual nos advertia o Pe. Adalberto Pereira, jesuíta cearense e guru de nós jovens recém-chegados ali: "A aculturação passa pela desintegr

Irmãos Fernando e Sérgio Vergueiro: serviço à grilagem

Constituição violada, terras de índios Waimiri-Atroari griladas, centenas de famílias de pequenos agricultores do município de Presidente Figueiredo há mais de 20 anos vivendo na angústia, ameaçados de despejo de suas posses. Este é parte do prejuízo causado pelos irmãos Sérgio e Fernando Vergueiro, Rua Estados Unidos, 746/São Paulo/capital, com apoio do Governador biônico Danilo Areosa e seus sucessores: José Lindoso, Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes e Eduardo Braga. Perfil dos grileiros. Fernando e Sérgio Vergueiro, respectivamente advogado e Engenheiro-agrônomo, com cursos de extensão na Southwestern Louisiania University e cursos de administração de empresas de crédito imobiliário pela USAID, excelente ambiente para especialização em grilagem de terras, pois como se sabe, os norte-americanos sempre tem sido os maiores especialistas no assunto. Em 1967 os irmãos Vergueiro fizeram a sua primeira experiência de grilagem de terras no Noroeste de Mato Grosso entre os rios Sangue e A