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MEIO AMBIENTE E GRILAGEM DE TERRAS NA AMAZONIA.

É preciso que a gente conte e reconte os fatos que levam à corrupção e à violência na Amazônia, talvez um dia se afaste o poder que os cria e mantém. Em 1967 a Ditadura Militar criou a Lei dos Incentivos Fiscais. Como consequência, formaram-se grupos de pessoas especializadas em grilagem de terras da Região Amazônica. Sobrevoavam vastas regiões, geralmente terras indígenas e as “demarcavam” em lotes de 3.000 há. Era o máximo que uma firma ou indivíduo podia se reservar, por lei, para aplicar os impostos que devia ao povo brasileiro. Foi assim que surgiu a chamada “grilagem paulista”, porque em boa parte os beneficiários eram industriais ou comerciantes sulistas, em sua maioria paulistas, interessados em sonegar os impostos. De fato mais de 90% sequer chegou a visitar o seu lote. Só neste Município de Presidente Figueiredo, onde resido, o Governo do Estado registrou em 1971, 266 lotes de 3.000 ha. cada, para “paulistas”. Sobre um destes lotes formou-se, em 1999 uma comunidade denom

Cidadão Amazonense, Quem Diria?

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Por Lori Altmann* e Roberto E. Zwetsch** Nós o conhecemos, Egydio, por causa dos povos indígenas e suas lutas no início dos anos de 1970, quando você e Iasi percorriam as aldeias em todos os cantos do país fazendo aquele famoso Levantamento da População Indígena do Brasil, origem de muitos outros levantamentos e censos que acabaram por atestar que a população indígena começava a crescer e a afirmar-se no contexto maior da sociedade brasileira. Graças a Deus, podemos afirmar hoje, porque você foi um dos responsáveis pela decisão que mudou nossas vidas. Éramos estudantes de teologia luteranos em São Leopoldo (RS), participávamos de um grupo de teólogas e teólogos que buscavam novos rumos para a inserção nas lutas populares sob a inspiração da Teologia da Libertação que estava chegando para transformar nossa forma de ler a bíblia e fazer teologia na América Latina. Depois de algumas experiências junto a algumas comunidades, Lori junto ao povo indígena Tapirapé (MT) com a c

80 Terras Indígenas sem Demarcação no Amazonas

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Documento final do Encontro sobre demarcação de terras indígenas Nós representantes dos povos Kokama, Kambeba, Kaixana, Mayoruna, Apurina, Paumari, Nawa, Mura, Maraguá, Tariana, Baré, Macuxi, reunidos no Centro de Formação Xare, nos dias 30 e 31 de maio de 2015, no Encontro sobre a demarcação das terras indígenas, socializamos as lutas e desafios enfrentadas pelas comunidades indígenas das regiões do Alto Solimões, Médio Solimões, Beruri, Lábrea, Nova Olinda do Norte, Autazes e Barcelos no Amazonas e rio Moa, no município de Mâncio Lima no Acre. Foi socializada também a experiência de luta para a conquista de demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, localizada em Roraima, por duas lideranças Macuxi e feita uma análise mais ampla da política indigenista e da realidade amazônica. Denunciamos a omissão do governo federal na demarcação das terras indígenas como determina a Constituição Federal OIT. Numerosas comunidades indígenas, na região, anos a fio, vem reivindic

Amazônia: Velhos e Novos Instrumentos do Saque

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Porto da Cargill sobre praia da cidade de Santarém, 2015. No inicio da invasão europeia os índios eram tolerados porque os portugueses e espanhóis necessitavam deles para localizar as riquezas de seu interesse e como mão-de-obra para explorá-las. Mas na medida em que o invasor foi criando os seus próprios instrumentos para localização e exploração das mesmas, foi dispensando os donos da casa e ficou agressivo, criando leis e instrumentos de dominação. Dentre as leis a injusta lei da propriedade privada da terra é simplesmente arrasadora para os povos indígenas. A brutalidade contra os povos indígenas vem crescendo desde o início da colonização até hoje. No início atingia as comunidades enquanto retirava principalmente os homens das aldeias para escravizá-los aos interesses de exploração das riquezas descobertas e nas fazendas. No período moderno uma classe desses descendentes europeus procura simplesmente despojar os povos indígenas de seus territórios tirando-lhes todas as condi

AMAZÔNIA: Almoxarifado do Brasil e do Mundo?

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Por Egydio Schwade Espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses, invasores da Amazônia de 1540 até o fim do Brasil Colônia, assim como os mandantes da região que se seguiram até os nossos dias, não tem outra coisa na cabeça senão invadir, depredar, localizar suas riquezas e saqueá-las. As pessoas que ocupam esse território, só prestam se aceitam ser escravas do invasor, fornecendo alimentos e mão-de-obra. No mais são estorvo e só prestam mortos. Não é outra a intenção e a atitude dos atuais mandantes da região e do país. A PEC 215 tenciona tirar o domínio dos povos originários remanescentes sobre os seus territórios, para transferi-los aos novos interesses presentes na cabeça dos donos do poder de hoje. Isto aflorou nas preocupações diárias da expedição de Orellana (1541-1542) como comprova o relatório do frei Carvajal. Seguidamente expressa o objetivo dos mandantes da expedição que era localizar minério: ouro, prata... Já nas primeiras páginas lê-se: “Aqui nos deram notícia das