OS JAPONESES E A MINERAÇÃO PARANAPANEMA: a propósito da denúncia do ex-deputado do PMDB/AM Mario Frota no dia 22-09-84
Ontem a Casa da Cultura do Urubuí fez memória de uma denúncia do então Dep. Federal do PMDB, Mário Frota, feita a exatos 37 anos, a propósito de maracutaias feitas pelo então Superintendente da FUNAI, nissei, Nélson Marabuto Domingues, prejudicando gravemente os índios Waimiri-Atroari para favorecer a empresa de mineração Paranapanema.
A propósito vale recordar que por volta de 1974 o governo João Figueiredo, nomeara outro nissei, Shigeaki Ueki, Ministro das Minas e Energia. Foi este ministro que concedeu à Paranapanema os primeiros 5 alvarás para pesquisa e lavra de minério nas terras Waimiri-Atroari. Isto ocorreu quase simultâneo à nomeação do nissei Nelson Marabuto para Superintendente da FUNAI no Amazonas o qual fez as criminosas manobras que favoreceram a Paranapanema, em detrimento dos Waimiri-Atroari, como denunciou Mário Frota.
Uma investigação, feita por a organização internacional sediada na Holanda, sobre o organograma da Paranapanema, concluiu que o controle acionário da Paranapanema, em mais de 70% era então de duas empresas japonesas: Marubeni e Industrial Bank of Japan, à revelia da lei. Entre 1981 e 1995 a Paranapanema saqueou todo o minério de aluvião da região do Pitinga.
Quando precisou fazer as dispendiosas pesquisas na rocha sã, para prosseguir na exploração do valioso minério, a empresa se retirou “estrategicamente” para o Peru, então sob o governo do nissei Alberto Fujimori. Passou o controle da Mina do Pitinga, ou seja, da Mineração Taboca, às nossas empresas estatais: Vale do Rio Doce e PREVI, arcando o povo brasileiro com os custos das pesquisas na rocha sã.
Concluídas as pesquisas, aparece uma empresa de mineração peruana, a MENSUR e reassume o controle da Mineração Taboca até hoje, explorando os cobiçados produtos da rocha sã.
Repetidas vezes, tenho relatado estes acontecimentos tão estranhos, e pelo menos aparentemente tão evidentes, mas como dizia o saudoso Paulo Freire “por astúcia ou por ingenuidade”, nenhum governo procurou aprofundar a questão.
Enquanto isto o saque do nióbio, do tântalo, do ítrio, da criolita, os mais cobiçados minérios estratégicos das terras do Povo Kiña ou Waimiri-Atroari, continuam saindo do país, como se se tratasse apenas de cassiterita ou estanho. E criando lá fora empregos e riqueza e, quem sabe, também a maldição de Fukushima.
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