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Mostrando postagens de janeiro, 2019

O Golpe Militar na Amazônia

Para o historiador, professor e escritor José Ribamar Bessa Freire, o missionário Egydio Schwade e Doroti, a companheira dele que morreu em 2010, e com quem teve cinco filhos, são os “semeadores de alternativa para a soberania dos povos da Amazônia”. Quando se busca a história de Egydio os recortes traduzem exatamente a figura do semeador e de um homem tenaz. Aos 77 anos, recebeu, no ano passado, a tarefa de coordenar no Amazonas, o Comitê Estadual do Direito à Verdade, Memória e Justiça e, nesse espaço, procurou chamar a atenção local, nacional e internacional a uma questão esquecida: que Justiça será feita sobre os indígenas desaparecidos ou mortos durante a ditadura militar no Brasil. Fundador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Egydio elaborou, em parceria com o padre Antonio Iasi Jr., da ordem Jesuíta, as primeiras ações do Cimi, no ano de 1972, e foi o primeiro secretário-executivo da organização e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Filosofo e teólog

A MIL MADEIREIRAS E AS COMUNIDADES DA BR-174

     No dia 04 de dezembro de 2016, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) organizou uma reunião para discutir o problema da terra na Comunidade Boa Esperança (km 120 da BR-174), para a qual fui convidado, em razão das minhas pesquisas sobre o tema. Uma surpresa foi a presença da empresa Mil Madeireiras naquela reunião. Mais surpreendente, ainda, foi a proposta levada pela empresa à comunidade. A Mil Madeireiras lançou a proposta de que os agricultores comprem dela as posses que eles já ocupam de forma pacífica e produtiva há mais de três décadas. A empresa se diz proprietária de uma grande porção de terras que abrange parte das comunidades Boa Esperança, Jardim Floresta, Nova Floresta, Castanhal, Nova União e Canastra. Mas qual a legitimidade que a empresa tem para requerer essas terras? Que propriedade é essa que não está sujeita às leis e regras da federação? A Mil Madeireiras, empresa suíça, anos atrás, adquiriu aproximadamente 22 títulos de propriedade de 3 mil hectares que som

MINERAÇÃO CRIMINOSA

O jornal A Crítica de Manaus do dia 18 de novembro de 2015 alertou: “DEZ BARRAGENS DE MINERAÇÃO  INSEGURAS SE LOCALIZAM NO AMAZONAS.” Trata-se de 10 barragens de contenção da Mineradora MENSUR, ou Mineração Taboca (peruana) no município de Presidente Figueiredo, na Reserva dos índios Waimiri-Atroari. Em 1985, como membro da OPAN-CIMI, integrante de um grupo de Trabalho da FUNAI, fui testemunha da poluição que a mineradora jogava no Igarapé Tiaraju, afluente do rio Alalaú, veia aorta da Reserva Waimiri-Atroari e através dela no Rio Negro. Nos anos seguintes de 1987, 1989, 1990, 91 e 92 as coisas ainda pioraram muito com o rompimento sucessivo de barragens de contensão. No dia 29 de abril de 1993, segundo denunciou o CIMI ao jornal A Crítica 20-05-93, rompeu uma “barragem de rejeitos de lavagem de cassiterita, atingindo o igarapé (Tiaraju), prejudicando 150 índios e outros 450 que vivem na região. O rompimento da barragem de contenção de minérios na Mina do Pitinga é grave e deve pre

Lei Escrita e “Lei da liberdade”

No momento em que o poder novamente se autoprivilegia com um aumento salarial, agredindo o  princípio: “todos são iguais perante a lei”, talvez seja oportuna uma reflexão sobre a utilidade ou inutilidade da lei escrita. Os mais agressivos privilégios criados no país são os salários que os legisladores e seus juízes concedem a si próprios. E em meio às constantes e agressivas violações da lei escrita, pelos próprios protetores da mesma, juízes e legisladores, sempre em seu próprio interesse, como no caso do aumento do seu salário, vale a pena nos perguntarmos se realmente precisamos de leis escritas para nos governar, ou até quando queremos ficar protegidos por um sistema iníquo? Toda a lei escrita tem furos e brechas. Os espertos passam por elas e a humanidade sofre as consequências nefastas. A lei escrita é uma fonte de injustiças. A lei da consciência é dinâmica e nos acomoda constantemente à Justiça Maior que a rege. Ela se renova permanentemente no fundo das consciências e ora