Postagens

Mostrando postagens de março, 2014

Os Povos Indígenas e o Brasil: mais de cinco séculos de ditadura

Imagem
Por Egon Heck Nas vesperas do aniversário de 50 anos da Ditadura Militar brasileira.  Momento de reflexão, de tomada de consciência e de transformação. Desde o primeiro olhar distante ao abraço desconfiado, à chegada dos deuses esperados, aos invasores chegantes sedentos de conquistas, até hoje uma história majoritariamente pouco e mal contada. Quem sabe quando nos vem à memória os 50 anos do golpe militar de 1964, do início de mais uma ditadura, seja um momento privilegiado de informação, compreensão, respeito e valorização dos povos originários destas terras brasilis . E, mais do que isso, é preciso não apenas reconhecer o genocídio e o massacre de quase mil povos, numa média de extinção de dois povos por ano, mas fazer justiça aos 305 povos sobreviventes. O primeiro e fundamental será reconhecer, demarcar e respeitar seus territórios. Não há mais porque esperar. Antes que a bola role na Copa do Mundo, o mundo saberá porque ainda não se pagou essa dívida histórica aos povos

Amazônia Contra o Autoritarismo: o golpe militar 50 anos depois

Imagem
Nesta manhã de 28 de março de 2014, o sol começa a aquecer a vida em Manaus, após uma semana de madrugadas, dias e noites chuvosas. Este dia, eleito para um rico debate sobre o autoritarismo na Amazônia, nas vésperas de completar 50 anos do Golpe Militar, reuniu 150 pessoas no Auditório Rio Solimões da Ufam (Amazonas). Para aquecer ainda mais aquele momento, foi produzido um manifesto que evidencia os desejos pela superação das práticas autoritárias na Amazônia. Eis o manifesto na íntegra:   Autoritarismo Nunca Mais: o golpe militar 50 anos depois  No dia 31 de março de 2014, completam-se 50 anos do golpe que implantou a ditadura militar brasileira, que atingiu violentamente nosso povo por longos 21 anos. Segundo levantamento realizado por familiares de vítimas, mais de 70 mil pessoas foram presas e perseguidas e 437 foram mortas e desaparecidas. Porém a política de extermínio de indígenas, quilombolas e camponeses a mando dos governos militares, foi responsável pela morte de

Lembrar para Resistir

Imagem
No momento em que se aproxima o 50º aniversário do golpe militar que implantou um regime autoritário no país, é hora de não apenas olhar para trás, mas analisar os impactos que o projeto da ditadura civil-militar ainda provoca, mesmo em período democrático. Para discutir a reprodução do modelo autoritário que se que se faz presente com uma política voltada para grandes projetos hidrelétricos, minerais e agropecuários e o uso da violência como freio a organização popular, o Comitê Pela Verdade Memória e Justiça do Amazonas, em Parceria com o MPF e Laboratório de Geografia Humana, realizará o seminário "Amazônia Contra o Autoritarismo: o golpe militar 50 anos depois". O evento será aberto a todos os interessados no tema e ocorrerá dia 28 de março de 2014, às 9 horas, no auditório Rio Solimões, localizado no Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Amazonas (ICHL/UFAM). Neste seminário, pretende-se discutir a situação de povos da Amazônia frente aos

“A atual política indigenista brasileira permanece nos moldes deixados pela ditadura militar”. Entrevista especial com Egydio Schwade

“Antigamente nós conseguimos evitar a obra de Belo Monte; hoje em dia, não se consegue mais", constata um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário - CIMI. Originalmente publicado por Instituto Humanitas Unisinos 02 de março de 2014 Como um “organismo oficiosamente” ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e não “oficial”, para ter mais “agilidade” na sua atuação, o Conselho Indigenista Missionário – CIMI foi criado em 1972 e impulsionado por Egydio Schwade e pelo padre jesuíta Antônio Iasi Jr., responsáveis pela criação do secretariado executivo, que elaborou o primeiro plano de ação da organização. Num contexto ditatorial, no qual a questão indígena era esquecida, o secretariado executivo do CIMI surgiu com dois objetivos: “primeiro, organizar os indígenas para que eles tivessem uma organização entre si, pudessem se conhecer, se reunir, porque até então, desde 1500, não existiam organizações que defendessem os direitos indígenas (...); e o s