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Livro sobre genocídio Waimiri-Atroari é Lançado

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Por Renato Santana, Assessoria de Comunicação - Cimi A editora Curt Nimuendajú acaba de lançar mais uma obra que já nasce clássica para a historicidade Ameríndia e chega aos leitores cumprindo dois papeis: o primeiro de passar a limpo a história recente dos povos indígenas; o segundo de denunciar um dos mais atrozes massacres promovidos pela ditadura militar (1964-1985): o assassinato de 2 mil Waimiri-Atroari, entre 1972 e 1977, para fins da abertura da BR-174, ligação entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). No escopo dos trabalhos do Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas, A Ditadura Militar e o Genocídio do Povo Waimiri-Atroari: por que kamña matou kiña? é fruto da pesquisa que fundamentou o 1º Relatório deste Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas. Tal como em As Veias Abertas da América Latina , de Eduardo Galeano, o livro relata em detalhes, com base em farta documentação e literatura indigenista, como os mil

Sobre o Relatório da Comissão Nacional da Verdade e Povos Indígenas

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O relatório final da CNV em parte é uma vitória dos movimentos sociais, particularmente dos movimentos que puseram em discussão a questão indígena. Ele ratifica o que os movimentos indígenas e comitês locais já apontavam: os povos indígenas são as maiores vítimas da ditadura militar no Brasil e somam ao menos 8.350 mortos. E mais, o relatório reafirma que são mortos e desaparecidos políticos, pois lutavam para gerir aut onomamente seus territórios. É também muito feliz a colocação de que o Estado Brasileiro deve garantir a reparação, especialmente devolvendo os territórios invadidos pela grilagem de terras. Por outro lado, o relatório é uma radiografia fiel dos preconceitos que atravessam ditaduras, democracias e governos populares. O exemplo mais infeliz disso está na página 684 do relatório, quando se discute a guerrilha do Araguaia. Ali se lê, com todas as letras, o seguinte:           “prevaleciam na região as zonas de mata fechada e as áreas ainda inexploradas pela

Pelo fim do genocídio do Estado de Israel ao povo Palestino

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O Comitê da Verdade, Memória e Justiça do Amazonas, entidade de organização dos trabalhadores e de luta contra as violações aos direitos humanos, composta por representantes do movimento social e entidades sindicais e políticas, torna público seu repúdio ao massacre genocida praticado pelo governo israelense contra o povo palestino.  Desde a criação do Estado de Israel, após a Segunda Guerra Mundial, o povo palestino tem convivido com a amarga rotina de enterrar seus mortos após os constantes massacres praticados pelo exército israelense. A mídia em seu noticiário não consegue ir fundo para explic ar o conflito e passa a ideia de que existe uma guerra que, na prática, não existe. Revela-se a forma mais triste e aterrorizadora da política de expansão do Estado Israelita com o uso da força bélica de um dos maiores exércitos do mundo contra um povo sem Estado e sem Forças Armadas para defendê-lo.  Na Amazônia, o conflito nos faz lembrar do triste caso dos índios Waimiri-Atroari e

Memória e Mobilização Indígena

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Mobilizar a memória perigosa. Lutar sabia e tenazmente contra todas as tentativas de suprimir direitos constitucionais. Dizer um enfático basta às violências e violações dos direitos dos povos indígenas e outras populações oprimidas. Nesse contexto realizou-se em Brasília a reunião da Comissão Indígena da Verdade e Justiça. Esse é um dos espaços de luta do movimento indígena e aliados para fazer frente à avalanche de iniciativas que visam retirar direitos constitucionais e consuetudinários desses povos, articulados pelas ruralistas e o agronegócio com a complacência e anuência tácita do governo. O objetivo maior da Comissão Indígena é que se faça justiça através da reparação coletiva e individual pelos crimes perpetrados contra os povos indígenas com a participação direta de entes do Estado ou pela omissão do mesmo. O Ministério Público Federal, que participou da reunião, constituiu um grupo de trabalho que já está trabalhando em alguns casos. Hoje como ontem

Dom Tomás Balduino

No dia 2 de maio, morreu D. Tomás Balduino, um dos grandes baluartes da luta dos povos indígenas, da transformação da política indigenista da Igreja a partir da criação do CIMI em 1972 e da luta dos pequenos agricultores pela terra como um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra – CPT, em 1975. Sempre me senti feliz por ter tido a oportunidade de poder compartilhar, lado a lado com Dom Tomás, revezes, esperanças e vitórias da luta indígena, desde o dia da criação do CIMI e em todo o período em que fui Secretario Executivo da entidade – 1973-1980. Lembranças de dezenas de encontros, cursos e assembleias com missionári@s e índi@s de norte a sul do país. Guardo a memória de inúmeros e inesquecíveis enfrentamentos e represálias da Ditadura Militar: Em 1974, Palmas/Paraná, cercados pela Polícia Federal, D.Tomás com altivez, junto com D. Agostinho, enfrentaram os policiais na portaria, discutindo e retendo-os enquanto nos fundos queimávamos relatórios e vestígios do Encontro de

Dom Tomás Balduino

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Bauduíno e Casaldáliga, Foto Eliana Lucena. Morreu D. Tomás Balduino, um dos grandes baluartes da luta dos povos indígenas e da transformação da política indigenista da Igreja a partir da criação do CIMI em 1972.  Sempre me senti feliz por ter tido a felicidade de poder compartilhar, lado a lado com Dom Tomás, revezes, esperanças e vitórias da luta indígena, desde o dia da criação do CIMI e em todo o período em que fui Secretario Executivo – 1773-1980 da entidade.  Lembranças incríveis e inesquecíveis: enfrentamentos e represálias da Ditadura Militar, solidariedade aos povos indígenas dos Guarani e Kaingang do Sul, à Raposa Serra do Sol dos Makuxi, Taurepang, Wapixana e Ingarikó de Roraima. Dos Rikbaksa do Juruena aos Munduruku do Alto Tapajoz. Dos Bororo e Xavante aos Fulniô e Xukuru do Nordeste. Dos Tapirapé aos Terena e Kaiowá-Gaurani, por toda a parte estava D.Tomás, naqueles difíceis anos 70, junto e presente, dando coragem, animando a persistência de índios, missioná

Fundador do Conselho Indigenista Missionário Denuncia Massacre dos Povos da Amazônia

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A entrevista feita pela jornalista Ivânia Vieira foi publicada originalmente no Jornal ACrítica, do dia 3 de março de 2014.  Segue o artigo na íntegra. Filosofo e teólogo Egydio Schwade é coordenador do Comitê da Verdade Memória e Justiça do Amazonas. Para o historiador, professor e escritor José Ribamar Bessa Freire, o missionário Egydio Schwade e Doroti, a companheira dele de toda a vida que morreu em 2010 são os 'semeadores de alternativa para a soberania dos povos da Amazônia' “Em primeiro lugar, quero observar que talvez por motivo dos traumas sofridos pelas sociedades das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, durante a toda a vigência da ditadura militar; as guerras no Araguaia, em Caparaó e no Vale do Ribeira; as perseguições; as torturas; as prisões; e as mortes sumárias, a maioria dos brasileiros tenta ignorar o que aconteceu no interior da Amazônia e em especial aos povos indígenas dessa região com o golpe militar e os governos ditatoriais”. “Mas, na Amazônia,