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Mostrando postagens de 2012

A Triste Atualidade do Genocídio Histórico dos Waimiri-Atroari

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Leia abaixo o relato e a análise de Henry Albert Nakashima, historiador da Ocareté , sobre o genocídio histórico dos Waimiri-Atroari e a sua atualidade frente ao recrudescimento da agenda anti-indígena no país. _ _ _ _ A triste atualidade do genocídio histórico dos Waimiri-Atroari De forma geral, vítimas da ditadura são aquelas pessoas que combateram em luta armada, ideológica, ou que, simplesmente, foram consideradas subversivas – por qualquer motivo, portanto, um risco a tal sistema político. No entanto, Egydio Schwade, um ex-missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), há anos, vem lutando para divulgar o genocídio dos Waimiri-Atroari e mostrar que as vítimas dos anos de chumbo vão além do imaginado. Agora, sua luta ganha um reforço considerável: a Comissão Nacional da Verdade. Durante um mês, tive o privilégio de conviver com ele e sua família e compreender melhor sua luta. Pude ouvir seus testemunhos, experiências e ter acesso aos seus arquivos sobre os Wai

O Dia Iinternacional do Direito à Verdade

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Numa audiência pública despretensiosa, presidida pela aguerrida deputada Luiza Erundina, o Brasil preencheu as condições para levar à aprovação do Congresso a instituição do "dia internacional do direito à Verdade". O Dia 24 de março, em homenagem Dom Romero das Américas, foi instituído pela ONU, em 2010, como a data comemorativa ao Direito à Verdade em todo o mundo. Os participantes da audiência pública, insistiram na importância simbólica dessa data, pois será um momento a mais para que o país busque fazer justiça, recuperando a memória perigosa das vítimas da secular resistência no país e no continente. Em nome do Cimi expus algumas reflexões que passo a socializar. Desconstruir a memória colonialista. Ontem aqui nesta casa, um Ato Público em apoio à causa indígena, promovido por esta mesma Comissão de Direitos Humanos, duas manifestações chamaram atenção. Uma delas foi quando a desembargadora, juíza Kanarik não conteve as lágrimas ao afirmar "

3º Emflor Inicia Homenageando Doroti Schwade

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Originalmente Publicado por UFAM Dia 29 de novembro de 2012 Lançamento do livro “Ethos da Floresta” e homenagem à Doroti Schwade dão a tônica à abertura do evento. Articular a produção científica ao conhecimento tradicional, bem como aproximar integrantes de movimentos sociais, indigenistas e feministas da academia. Quem pensa a Antropologia, garante que estes são grandes desafios a serem interpostos. Para discutir, avaliar e propor novas fórmulas visando à valorização e inserção grupos de forma mais efetiva na sociedade, a UFAM deu início, ontem (28), ao 3º Encontro de Estudos de Mulheres da Floresta, o Emflor. A abertura aconteceu às 19h, no auditório rio Amazonas, na Faculdade de Estudos Sociais (FES). Na abertura das atividades, o reitor em exercício, Hedinaldo Lima afirmou que discutir políticas para o progresso nas relações sociais, denota a observância de novos moldes. “Estamos a cada dia presenciando avanços indiscutíveis de espaços conquistados por grupos até ent

CIMI: Nota de Repúdio contra a ação criminosa da Polícia Federal praticada na Aldeia Teles Pires

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O Cimi vem a público manifestar seu veemente repúdio à ação virulenta e assassina praticada pela Polícia Federal, na chamada Operação Eldorado. Usando o pretexto de cumprimento de ordem judicial que determinava a destruição de dragas de garimpos no Rio Teles Pires e de pontos ilegais de mineração, o delegado Antonio Carlos Muriel Sanchez comandou a invasão, no dia 07/11/2012, à Aldeia Indígena Teles Pires, no município de Jacareacanga, estado do Pará. De acordo com depoimentos prestados à 6ª. Câmara do Ministério Público Federal, lá praticaram todo tipo de atrocidades, como espancamentos, assassinato, tentativa de assassinato, destruição de moradias, de escola, posto de saúde, celulares, computadores, aparelho de radiofonia, embarcações de pesca, de transporte e as dragas utilizadas no garimpo. Além disso, os indígenas não estão podendo pescar, pois o rio ficou contaminado pelo combustível que estava nas dragas, destruídas pela Polícia Federal. Os indígenas Munduruku relatara

Comissão da Verdade Cria Grupo para Apurar Violações Contra índios e Pessoas que Lutavam por Terra

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Desenho Waimiri-Atroari retratando um assassinato (1986). Acervo da Casa da Cultura do Urubuí. A Comissão Nacional da Verdade publicou hoje (16) no Diário Oficial da União resolução que cria um grupo de trabalho para apurar violações aos direitos humanos com motivações políticas de pessoas que lutavam pela terra e de povos indígenas no período da ditadura militar. O objetivo do grupo será esclarecer a autoria e as circunstâncias em que se deram violações como torturas, mortes, desaparecimentos e ocultações de cadáveres. A investigação visa a tornar públicos os locais, os autores e as instituições envolvidas nesses crimes. A resolução publicada no Diário Oficial da União nomeia a psicanalista Maria Rita Kehl presidente do grupo, que também terá como integrantes Heloísa Maria Murgel Starling, Pedro Helena Pontual Machado, Wilkie Buzatti Antunes e Inimá Ferreira Simões. Nenhum dos integrantes será remunerado pelas atividades. Edição: Juliana Andrade Originalmente publi

Comissão da Verdade Apura Mortes de Índios que Podem Quintuplicar Vítimas da Ditadura

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Originalmente publicado por UOL, em 12 de novembro de 2012. Guilherme Balza Do UOL, em São Paulo A Comissão Nacional da Verdade começou a investigar, em outubro deste ano, o desaparecimento de aproximadamente 2.000 índios da etnia Waimiri-Atroari durante a ditadura militar. O sumiço dos indígenas, cujo território se estendia de Manaus até o sul de Roraima, ocorreu entre 1968 e 1983, época em que o governo federal construiu a rodovia BR-174 --ligando a capital amazonense a Boa Vista-- para atrair à região projetos de mineração de multinacionais. A comissão recebeu um relatório, com 92 páginas e dezenas de documentos anexos, elaborado pelo Comitê Estadual da Verdade do Amazonas. O dossiê reúne relatos dos índios, depoimentos de sertanistas, militares e funcionários públicos, entre outros indícios que apontam para a existência de um massacre dos waimiris-Atroaris, operado pelo Exército por meio de táticas de guerra, inclusive. Caso a Comissão da Verdade estabeleça a relaç

Vergonha Nacional: duas Comunidades Indígenas, com mais de 200 Pessoas, são Confinadas em Um Hectare

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"Concedo o efeito suspensivo ao agravo de instrumento, para determinar a mantença dos silvícolas da comunidade de Pyelito Kuê exclusivamente no espaço de 1 (um) hectare, ou seja, 10 mil metros quadrados, até o término dos trabalhos que compreendem a delimitação e demarcação das terras na região"... (Decisão da 3ª Região da Justiça Federal, São Paulo 30 de outubro de 2012) Portanto fica decretado a manutenção de uma família da Fazenda Cambará em 761 hectares, enquanto duas comunidades indígenas, com mais de 200 pessoas, são confinadas em um hectare. Um minuto de silêncio. Senadores, deputados, lideranças Kaiowá Guarani, repórteres, representantes de órgãos do governo e do Ministério Público, aliados da causa, em pé, homenageiam a memória dos professores Genivaldo e Rolindo, que há exatos três anos foram cruelmente assassinados quando retornaram à sua terra, tekoha Ypo'i, município de Paranhos, no Mato Grosso do Sul. Até hoje o corpo de Rolindo não foi localiz

Passo Piraju: luta pela vida, contra o etnocídio/genocídio

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Conforme relatório de comissão da Aty Guasu à comunidade de Passo Piraju, esta " se encontra em estado de pânico, perplexa e desespero total ". Relatam a importância da presença de alguns Ñanderu, lideres espirituais, para diminuir o desespero e medo e buscam indicar rumos diante da decisão do despejo Uma das decisões definitivas anunciadas na reunião pela comunidade Passo Piraju é não sair do lugar, é resistir e morrer todos juntos. Esta decisão foi repetida, em coro, várias vezes pela comunidade.  “ Nós não vamos sair daqui! nós vamos morrer todos junto aqui! Na beira da estrada não vamos voltar mais viver! por isso vamos morrer todos junto aqui mesmo! ” Ao falar essa frase várias mulheres e moças indígenas choram sem parar. “ Parece que a Justiça do Brasil só que ver o sofrimento e morte dos índios na beira da estrada ”. “ Será que essa é justiça de verdade ?” De fato, para todos nós Guarani e Kaiowá, esse tipo de decisão de despejo deferido pela Justiça é violê

Por que Kamña Matou Kiña?

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Não restam dúvidas de que o Governo Militar, utilizando-se de aparatos bélicos e em favor de interesses privados, cometeu o genocídio dos Waimiri-Atroari”. Essa é a conclusão do Comitê Estadual da Verdade sobre a ação do Estado Brasileiro contra esse povo indígena por ocasião da abertura da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista), iniciada na década de 1960 e que resultou na redução de três mil, em 1972, para pouco mais de 300 indivíduos em 1986. Bombas, metralhadoras, armas de todos os calibres e doenças contagiosas foram usadas pelos agentes do Estado Brasileiro nas incursões para aniquilar os Waimiri-Atroari. “É injustificável a ignorância brutal dos governos militares. Na primeira resistência dos indígenas contra a construção da estrada, eles interpretaram que os índios estavam usando tática de guerrilha”, destacou Gilney Viana. Viana representava a psicanalista e escritora Maria Rita Khel, membro da Comissão Nacional da Verdade, no lançamento do 1º Relatório do Comitê Estadual da

Apresentação do Relatório Sobre Assassinato dos Waimiri-Atroari

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O Comitê da Verdade do Amazonas irá apresentar o 1º relatório sobre os crimes cometidos pelo Estado durante a Ditadura Militar e o Governo do Sarney. Este primeiro relatório descreve como ocorreram assassinatos individuais e de aldeias inteiras no genocídio praticado contra os Waimiri-Atroari que teve a participação direta de agentes públicos ligados ao Exército, Aeronáutica, Funai e DER-AM (entre outros). A apresentação ocorrerá dia 17 de outubro (quarta-feira), 10h, no auditório da OAB/AM, situado na Av. Jornalista Umberto Calderaro Filho, 2000 – Adrianópolis, Manaus/AM. A apresentação será aberta ao público e à imprensa. E contará com a participação do Gilney Viana, assessor da ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e articulador da Comissão Nacional da Verdade. COMITÊ DA VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA DO AMAZONAS

Cimi: celebrando a memória, construindo o futuro

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Dom Sigoud se esmera em secretariar o que parecia ser apenas mais um encontro de missionários descontentes e bispos preocupados com a realidade e perspectivas para os povos indígenas do país. É abril de 1972. Dom Pedro Casaldáliga, Dom Tomás Balduino, Dom Ivo Lorsheiter, dentre outros, lá estavam oferecendo contribuições a partir de suas práticas e sonhos. Prevaleceu a sugestão da formação de uma assessoria mais específica e permanente através da constituição do Conselho Indigenista Missionário, o Cimi. Porém a realidade e audácia lúcida de alguns companheiros, fez com que os rumos e consolidação do Cimi se desse na dimensão de uma mística missionária militante, que fez com que se tornasse o importante referencial para as lutas dos povos indígenas e mudança de mentalidade na sociedade e Igreja nestes 40 anos. Queremos fazer nossa convocação para que venham todos conosco recuperar essa memória perigosa, celebrar o caminho percorrido, os mártires indígenas e missionários, alimenta

MPF vai Investigar Crimes Contra Indígenas Cometidos pela Ditadura

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[Publicado originalmente por Carta Maior  em 10 de setembro de 2012] Por decisão unânime, a 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) vai investigar os crimes cometidos contra os povos indígenas pela ditadura militar. Estão na mira do órgão violações impostos aos suruís, obrigados a ajudar os militares a combater os guerrilheiros do Araguaia, e aos waimiri-atroari, dizimados para a construção das grandes obras que sustentavam o projeto desenvolvimentista do regime.  Najla Passos Brasília - A 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) vai investigar as denúncias de crimes cometidos contra os povos indígenas pela ditadura militar (1964-1986). A decisão unânime foi tomada em reunião do órgão colegiado realizada em 7/8, e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 5/9. A base foi a entrevista “Houve extermínio sistemático de aldeias indígenas na ditadura”, concedida à Carta Maior pelo índio José Humberto Costa do N

Masacre de Indígenas Yanomami

PRONUNCIAMIENTO DE LAS ORGANIZACIONES INDÍGENAS DEL ESTADO AMAZONAS (COIAM) sobre la nueva MASACRE DE INDÍGENAS YANOMAMI en la Comunidad IROTATHERI cometida por mineros ilegales brasileños. En el día de 27 de Agosto de 2012, nosotros, pueblos y comunidades indígenas de la Amazonía venezolana, agrupados en la Coordinación de Organizaciones Indígenas de Amazonas (COIAM), representados por la Organización Regional de Pueblos Indígenas de Amazonas (ORPIA), la Organización Indígena Piaroa Unidos del Sipapo (OIPUS), la Organización Ye´kuana del Alto Ventuari (KUYUNU), la Organización Indígena Jivi Kalievirrinae (OPIJKA), la Organización Yanomami (HORONAMI), la Organización Mujeres Indígenas de Amazonas (OMIDA), la Organización de Comunidades indígenas Huôttuja del Sector Parhuaza (OCIUSPA), la Asociación de Maestros Piaroa (Madoya Huarijja), La Organización Piaroa del Cataniapo “Reyö Aje”, la Organización Indígena de Río Negro (UCIABYRN), la Organización Piaroa de Manapiare, la Organización