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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Denegrindo a Imagem

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Durante a ditadura militar centenas de pessoas foram desaparecidas. Só mais recentemente foram sendo descobertas as ossadas. Muitos ainda continuam com destino dos corpos ignorados. Essa prática hedionda de assassinatos e ocultamento de cadáveres está agora ressurgindo no campo, e mais precisamente entre os Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul. Dr. Michael denunciou, recentemente, essa prática, manifestando sua veemente repulsa e preocupação com essa prática criminosa. Foram três corpos de Guarani ocultados pelos matadores a serviço de interesses do agronegócio, nos últimos três anos, desde o professor Rolindo Véra, em Ypo’i (outubro de 2009) até o cacique Nisio Gomes do tekohá Guaiviry, no dia 18 novembro de 2011. Causa estranheza a insistência com que os setores responsáveis pela elucidação e punição do crime tem insistido na tese do “desaparecido”. Na nota à opinião pública (21-12-2011) algumas perguntas permaneceram no ar, por estarem em contradição, como a utilizaç

RORAIMA INDÍGENA – 1976 (parte 3)*

A vocação pecuária do “civilizado” em Roraima. “Desde a colonização, os campos de Roraima têm-se mostrado amplamente compensadores para a pecuária. E agora então, com a melhoria do rebanho existente, o incentivo à pecuária de corte, a implantação de matadouro frigorífico, Roraima encontra a sua vocação histórica – a pecuária para a exportação”. (ReR. Pg.6). O primeiro a incentivar a pecuária em Roraima foi Lobo D`Almada em 1789. Sintomaticamente, a atividade do próprio SPI – Serviço de Proteção ao Índio – iniciou com uma fazenda: a Fazenda São Marcos, que até hoje se constitui na principal preocupação dos “indigenistas” da FUNAI em Roraima. “A cidade de Boa Vista, capital do Território, teve sua origem na Fazenda de gado fundada em 1830 pelo Capitão Inácio Lopes de Magalhães. A outra cidade roraimense, Caracaraí, foi implantada no local de um antigo curral de boi, do Cel. Bento Brasil...” (ReR, 24). A fundação das duas únicas cidades do Território pelo boi, parece ser sintomática. A in

Comunidade Terra Santa: Conquistas e derrotas na luta pela terra

Esta foi uma semana de esperanças, conquistas, decepções e derrotas para a comunidade Terra Santa, zona rural do município de Presidente Figueiredo/AM. São 35 famílias que lutam para se manter nas terras que ocupam a mais de uma década. Recentemente estas terras foram reivindicadas por um grande latifundiário que passou a pressionar e ameaçar os moradores. O caso acabou tendo a intervenção da Ouvidoria Nacional, o que gerou grandes expectativas nos comunitários. Nesta semana mais uma audiência pública discutiu a questão, porém os agricultores não ficaram satisfeitos.  Em reunião realizada neste domingo, 12/12/11, os comunitários avaliaram os resultados da 296ª Reunião da Ouvidoria Agrária Nacional, onde foi construído (ou imposto, na opinião dos agricultores) um acordo. O acordo prevê que o fazendeiro “ceda” 300ha aos agricultores. Para eles, embora isso seja uma conquista, pois cada família vai poder obter a titulação de aproximadamente 8ha, ainda se constitui em uma grande injustiça.

E a Vida os e-levou

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Laila amarra a fita preta em meu braço. Faço o mesmo com relação a ela. E os mais de 200 presentes da Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul fazem o mesmo gesto de compromisso com a vida e a justiça, contra a violência, pela terra e pela paz, em luto pelo covarde assassinato do cacique Nisio Gomes Kaiowá Gurani, do Guaiviry e o roubo e ocultamento de seu corpo. Dentre os presentes estava Egidio Brunetto, que três dias depois teria sua vida tragicamente ceifada. Ao dar-lhe um abraço, ele foi logo perguntando “Está tudo certo! Segunda feira estarei lá na região da fronteira.” Hoje Egidio está retornando à fronteira conquistada, chão em que foi assentado, e onde agora será plantado para se tornar semente e força na luta pela terra e a justiça, para sempre. Eterna fronteira, onde sua imagem e exemplo florescerão, e os frutos da terra alimentarão de pão e esperança todos os lutadores da solidariedade e da Vida, de uma nova sociedade. Já na outra fronteira, com o Paraguai, a mar