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Mostrando postagens de novembro, 2011

Massacre de índios em acampamento em Amambaí [Triste realidade Brasileira]

[Como muitos de vocês já devem ter visto pela internet, a cidade de Amambai/MS vivenciou ontem (18/11) mais um caso de massacre à população indígena Guarani Kaiowá. Como forma de protesto, os alunos indígenas da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) - Unidade de Amambai, incentivados pela professora e antropóloga Aline Crespe, escreveram uma carta contando os detalhes do acontecimento. A situação em que vive a população indígena no Mato Grosso do Sul não é nada simples, os casos de violência são muito frequentes e nos remetem mesmo a uma situação de extermínio racial] Ontem pela amanhã, ao abrir meu e-mail, recebi mais uma triste notícia de uma situação de violência contra um grupo indígena acampado em uma área em litígio e a espera da continuidade do processo de regularização fundiária da terra indígena. O acampamento se localiza em Amambaí, sul de Mato Grosso do Sul, a menos de cem quilômetros da fronteira com o Paraguai. O acampamento está localizado em uma pequena p

Roraima Indígena - 1976 (Parte 2)*

I – História da Presença do “Civilizado” e a História dos Índios em Entrelinhas. Para se chegar à verdadeira história, a história viva dos povos indígenas roraimenses, é preciso soprar as cinzas a fim de localizar as brasas que estão por baixo ou lê-la nas entrelinhas da história de mentira do “civilizado”. É o que procuro fazer nas linhas que se seguem. Temos poucas pistas para escrever a história dos índios e do povo sofrido de Roraima. A própria história do “civilizado” no Território de Roraima é pobre em registros. Procuramos na Prefeitura de Boa Vista e nas raras bibliotecas da cidade uma história do Território. Aqui só ofereceram o romance: “A Mulher do Garimpo” – de Nenê Macaggi. Na Prefeitura me venderam “Roraima em Revista”, do Prof. Antonio Ferreira de Souza. Ninguém soube me informar sobre outras referencias bibliográficas do Território de Roraima. Nas entrelinhas da história do “civilizado”, podemos perceber que a cobiça pelo minério e a pecuária tem sido o câncer dos terri

O Sorriso Matado

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Foto: Eliseu Lopes – tirada 2 dias antes do assassinato Balas assassinas mataram Nisio Gomes. Seu jeito meigo e sorridente, era sua característica principal, inconfundível. Sua fala baixa, se tornava por vezes quase incompreensível. Ele estava em quase todas as mobilizações de luta do povo Kaiowá Guarani pelos seus direitos, especialmente à terra. Nos últimos dez anos já voltara quatro vezes a seu tekohá Guaiviry. Era um lutador resistente, persistente. Não desistia nem por nada a seu sagrado chão. Guduli, nhandesi, sua companheira, morrera há três anos, sem a alegria de viver em sua terra Guaiviry. Ela era entusiasta e contagiava com sua disposição. Era profunda conhecedora a vida e religiosidade de seu povo. Era de uma energia inquebrantável. Com sua morte o grupo ressentiu bastante, mas não desistiu de sua luta, a volta ao tekohá. Nisio sorriso tombou, nesta manhã. Friamente executado diante do seu .grupo por pistoleiros contratados pelos interesses contrariados da região. Matar

Roraima Indígena - 1976 (Parte 1)*

É comum os políticos roraimenses de hoje, à frente o deputado Paulo Quartiero, esbravejarem que Roraima é um território dominado por estrangeiros, com parte de suas estradas bloqueadas e os índios falando inglês ao invés de português, apresentando a Igreja e os índios como principais responsáveis por essa situação e os fazendeiros como as grandes vítimas. Para contestar esta opinião de políticos e fazendeiros roraimenses vamos publicar no nosso blog www.urubui.blogspot.com , em série especial, o relatório do levantamento feito em 1976 por Egydio Schwade, gaúcho, então Secretario Executivo do CIMI - Conselho Indigenista Missionário. O relatório intitulado “Processo Atual de Espoliação do Índio em Roraima” traz um retrato da situação indígena no Estado de Roraima na década de 70, fazendo uma análise profunda do contesto social e político que mantinha os índios oprimidos e roubava suas esperanças de futuro. Por outro lado é também um retrato do momento em que as lideranças indígenas e a