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Mostrando postagens de abril, 2019

A Amazônia não comemora regime genocida

Uma das principais marcas das ditaduras no mundo é a política genocida. Com a ditadura militar instalada no Brasil em 1964 não foi diferente. Ela deixou marcas profundas na Amazônia. A mais terrível dessas marcas foi o genocídio cometido contra povos indígenas.  Percebendo a necessidade de revelar essa história da ditadura militar no Brasil, para que nunca mais se repita, o Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas pesquisou e publicou um relatório sobre o genocídio cometido contra o povo Waimiri-Atroari.  Durante a construção da BR-174, os Waimiri-Atroari foram trucidados. Com uso do aparato militar disponível na época, o povo Waimiri-Atroari sofreu massacres que o reduziu a apenas 332 pessoas, a maioria jovens e crianças. Esse senso realizado em 1982, pelo pesquisador Stephen Baines, corresponde a somente 13% do que as estimativas oficiais da FUNAI indicavam no início dos trabalhos de construção da rodovia. Para entender o que ocorreu naquel

Colégio Cristo Rei – São Leopoldo – 1967

Revmo. Pe. Geral Pe. Pedro Arrupe Pax Christi! Somos escolásticos, estudantes de Teologia. Trabalhamos – durante o nosso Magistério – três anos na Missão Anchieta de Diamantino, Mato Grosso. E é do trabalho daquela Missão e em particular do trabalho entre os indígenas e da situação dos indígenas do Brasil que queremos informar à V. Paternidade. Queremos fazê-lo com toda a sinceridade, procurando referir pontos, que nossos estimados superiores, pelo acúmulo de trabalhos talvez, às vezes, se esqueçam de referir à V. Paternidade, mas que afetam – no nosso entender – muito a orientação da Companhia. Parece-nos, P. Geral, que há um desajuste radical nos critérios segundo os quais se destinam os nossos aos trabalhos de evangelização em povos estranhos. Queremos falar da experiência que vivemos em nossa querida Missão Anchieta. A generosidade, que julgamos ser a estrada geral do Espírito Santo para as almas, e delas para a cristianização do mundo, ficou esquecida e desrespeit

THOMAZ MEU COMPANHEIRO DE CAMINHADA MISSIONÁRIA

Embora substituísse Thomaz Lisboa em 1963 no campo de trabalho, onde passou todo o ano anterior, não pude me encontrar com ele antes de assumir o seu trabalho, na Prelazia de Diamantino, onde como estudantes jesuítas fizemos a nossa primeira experiência indigenista, só vim a conhecê-lo alguns meses depois. Vivemos os dois anos que se seguiram naquela missão, completamente isolados, sem juntos podermos avaliar as nossas experiências. O isolamento era uma das características em que viviam principalmente os estudantes jesuítas naquele tipo de missão, embora a decisão que nos levou ali era geralmente a mesma. Surgirá na vivência da família e no discernimento dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola, e, naquele momento histórico, foi encorajada pelas orientações do Concílio Vaticano II, que nos dizia que ser preciso mudar a estrutura da Igreja Missionária, para que os povos indígenas pudessem sobreviver e participar com seus valores na construção de um mundo mais humano. Thomaz che